Slobber Knocker #55: Por onde andam eles? (Parte 4)
Bem-vindos a mais um Slobber Knocker e peço desculpa pela ausência de uma semana. Após muito tempo a batalhar com um computador que mais parecia "uma torradeira com um ecrã", como eu lhe chamava com muita estimação, pude finalmente formatar o maldito caixote. Processo difícil e que levou mais do que um dia, chega a altura de publicar algo e tinha apenas meio Slobber Knocker feito. Mas já cá estou de novo e para esta semana, trago a continuação de um tema já abordado previamente e cuja popularidade permitiu que eu de vez em quando o traga de novo......
O bom e velho “Por onde andam eles?” em que vasculho os percursos de alguns lutadores que já nos passaram pelo ecrã por algum tempo ou nem tanto… Resgatados de um passado próximo ou não tão próximo, com presentes relevantes ou não, caras que até vos são bastante familiares ou não… Contem quantos se lembram:
Sylvester Terkay
Um monstruoso Heel apresentado ao Smackdown em 2006, com o ainda familiar Elijah Burke a seu manager. Tinha uma temível gimmick de MMA – que ele praticara anteriormente – e andou a squashar jobbers. No Smackdown pouco fez de importante, sendo mais notáveis as suas vitórias perante Matt Hardy e Vito que levava uma streak de 4 meses invicto.
Em seguida foi transferido para a ECW quando esta se tornou uma brand da WWE e juntamente com Elijah Burke foi-se mantendo invicto até os Hardy Boyz colocarem fim nisso. Progressivamente foi Elijah Burke quem começou a tomar o papel mais importante e a dar mais cartas no ringue enquanto Terkay servia de seu guarda-costas. Em Janeiro de 2007 abandonaria a companhia.
Desde então, Sylvester Terkay tem conseguido obter sucesso respeitável no circuito independente e internacional. Impressionou o Japão como Sylvester “The Predator” Terkay em companhias como a IGF ou a ZERO-ONE. Entre as suas honras no circuito Japonês consta-se a aclamação como “number one Gaijin” – termo correspondente a lutador não Japonês e no circuito independente teve o privilégio de ser o primeiro UPW Heavyweight Champion. Não tenho informação acerca da sua carreira em MMA, logo não sei se ele prosseguiu com ela. Mas não foi só em ringues que Terkay singrou – algumas menores participações em filmes como “Evil Bong” em 2006 ou o filme Asiático de artes marciais “True Legend”, em 2010.
E vocês? Lembram-se de Sylvester Terkay?
Stevie Richards
Agora um mais conhecido e que já teve uma carreira mais longa e algo mais consagrada na WWE – algo porque ele também se fartou de jobbar e de não aparecer em TV. Mas a sua cara já não nos é estranha desde os tempos da ECW, passando por um imitador ou os célebres Right to Censor. Um período mais despercebido e regressaria à ECW quando esta tomava a forma de uma nova brand na WWE.
Desde então ele não desapareceu propriamente. Abandonou a WWE em 2008 e em 2009 já tinha trabalho em independentes e na TNA onde estaria até 2011, passando por vários períodos notáveis como a gimmick de terapeuta de Abyss, o Dr. Stevie, cuja cara não era vista pelo público até à revelação ou mais tarde a sua reunião com compinchas antigos da ECW nos EV 2.0.
Nos circuitos indy, estreou-se como comentador na Lucha Libre USA até um Heel Turn que o levou de volta ao ringue. Mais brilho viria à sua carreira neste campo independente por conseguir arrecadar ouro que não conseguia obter nas ligas grandes. Foi na Extreme Rising que venceu um torneio para conquistar o seu primeiro título mundial em Dezembro de 2012 – com direito a celebração. Entre 2012 e 2013, Richards conseguiu deter o Extreme Rising World Heavyweight Championship, o Showcase Championship Wrestling Heavyweight Title e o American Championship Pro Wrestling Heavyweight Title, todos em simultâneo.
Para os internautas, Stevie Richards também é um lutador notável pelo seu estatuto “meme” em piadas relativas à omissão de Chris Benoit. É frequente vermos alguma situação histórica na WWE em que Benoit é substituído por… Richards. Logo, para variar, para não ser sempre algo tipo “Lembram-se daquele bizarro ano em 2004 quando não houve Royal Rumble e o título Mundial ficou vago na Wrestlemania?”, pode variar para algo como “Lembram-se daquele ano de 2004 em que Stevie Richards ganhou a Royal Rumble e o título Mundial na Wrestlemania?” Há inúmeras possibilidades.
Outra nota pouco relacionada: no que diz respeito a temas de entrada simples mas eficazes, o deste gajo tem que ser dos meus favoritos…
Adam Bomb
Uns diriam que era um bom lutador com uma gimmick parva. Outros diriam que era um lutador medíocre com uma gimmick engraçada. E outros se calhar nem fazem a mais mínima de quem seja. Adam Bomb foi um midcarder de potencial mínimo na WWF em 1993/94. Estreou-se com Johnny Polo como manager - o Raven - e com a gimmick de um sobrevivente a um ataque nuclear. Para que não sobrem dúvidas, o seu nome é um trocadilho de "atom bomb". Pouco fez para além de participar no Survivor Series de '93 na equipa Heel liderada por IRS contra a equipa Face liderada por Razor Ramon, uma feud com Earthquake que culminou num dos mais curtos combates da Wrestlemania de sempre, na Wrestlemania X - e foi ele que perdeu - e um par de feuds como Face. Em 1995 já ia embora.
Foi de seguida recebido pela WCW, onde já estivera no início da década de 90. Lá seria Wrath, um lutador de artes marciais mascarado que fazia parte do grupo "Blood Runs Cold" - a tentativa da WCW de ter sucesso à custa da popularidade do Mortal Kombat. Após algumas lutas com lesões regressa com o seu verdadeiro nome, Bryan Clark e forma equipa com Brian Adams - não confundir com o cantor Canadiano de soft rock. Com ele teve algum sucesso, detendo os títulos de Tag Team por 2 vezes. Uma nova lesão deixou-o na prateleira a tempo da WWF comprar a companhia e resgatá-lo. De volta à WWF em Setembro de 2001 com o seu parceiro Adams, tentaram tirar os títulos aos Brothers of Destruction, com pouco sucesso. Abandonaria a companhia de novo em Novembro do mesmo ano.
Assim que se lançou para o circuito independente, não largou o seu parceiro Adams e com ele conquistou mais algum ouro, mais notável na All Japan Pro Wrestling em Julho de 2002. Passaram também pela World Wrestling All-Stars. O último combate da equipa daria-se em Janeiro de 2003 contra uma equipa constituída por Keiji Mutoh e... Goldberg. Como já devem ter percebido no seu percurso anterior, Adam Clark ou Adam Bomb, como preferirem, era um pouco frágil ou azarado, no que diz respeito a lesões. Foram complicações relacionadas com lesões que levaram ao fim da sua carreira em 2003 após esse combate com Mutoh e Goldberg. Mesmo para o seu parceiro. Logo confirma-se que deste então, o estranho Adam Bomb se mantém aposentado desde há vários anos, dedicando-se a uma outra carreira que me é desconhecida...
Colin Delaney
Não teve dos percursos mais felizes na WWE e permanecerá como um lutador indy. Surgiu na ECW da WWE em 2007, era ele um puto de 21 anos. Estreou-se como jobber e acho que se pode considerar oficialmente que fosse essa a sua gimmick. Várias vezes que ele era entrevistado no backstage e falava no sonho de ser uma WWE Superstar. Ia para o ringue e era squashado. Afinal de contas... Bastava olhar para o físico dele. No entanto essa personagem de jobber começou a tornar-se abusiva quando o pobre coitado era agendado em combates Handicap. Foi nessa ocasião, a perder para The Miz e John Morrison e após estes continuar a atacá-lo, mesmo após o final do combate, que Tommy Dreamer o salvou e tornou-se seu mentor.
Com Dreamer conseguiu atingir algumas vitórias com sua ajuda mas continuava a ser um exagero de "underdog". Uma linha muito ténue entre "underdog" e falhado puro e duro. Arrebitou assim que decidiu trair Dreamer e virar Heel. Também não lhe serviu de muito, pois perdeu para Dreamer num abrir e fechar de olhos e retomou a sua gimmick. Em Agosto de 2008, lá vieram cortes de orçamento que não permitiram que alguns membros do plantel se mantivessem. E lá foi Colin Delaney à sua vida.
O seu lugar era nas indys e foi para lá que ele voltou. CHIKARA, UWA Hardcore Wrestling, CZW e NWA Empire são algumas das siglas que já constavam no seu currículo. E para lá voltou, sem perder tempo. No mesmo dia em que sairía da WWE já estava na UWA Hardcore Wrestling onde retomaria uma Tag Team com Jimmy Olsen - seu irmão em kayfabe. Assim que voltaria à CHIKARA, receberia uma estrondosa ovação, demonstrando que talvez seja nessas arenas mais pequenas que esteja o seu lugar. Conseguiu conquistar o NWA Heavyweight Championship e trabalhou feuds com grandes nomes como D'Lo Brown, Al Snow, Claudio Castagnoli e Bryan Danielson. Isto tudo entre 2009 e 2010. Actualmente compete na International Wrestling Cartel onde conquistou o IWC Tag Team Championship com Keith Haught, em Março deste ano.
Cherry
Kara Drew, mais conhecida como Cherry foi uma beldade a passar pela WWE como valet da Tag Team de Deuce n' Domino. Há razões para se lembrarem dela. Como manager desta equipa atingiu sucesso quando a dupla conquistou os WWE Tag Team Championships a Paul London e Brian Kendrick em Abril de 2007. Tiveram um reinado razoavelmente sólido até encontrar o seu fim em Agosto do mesmo ano, perdendo para a aliança de Matt Hardy e MVP.
Pouco depois foi progredindo para uma competidora e obteve a sua primeira vitória contra Victoria. Seguiu-se a troca de Cherry por Maryse por parte de Deuce n' Domino, que viram mais interesse na beldade Francesa e Cherry não faria assim muito mais. Uma espécie de feud com Natalya e Vickie Guerrero seriam os últimos trabalhos que veríamos da jovem. Em Agosto de 2008, abandonaria a WWE.
Kara Drew ou Cherry não será o melhor exemplo de alguém que se retirou da WWE para prosseguir em independentes femininas ou para se dedicar a uma carreira em representação ou modelagem. No final do mesmo ano em que foi despedida da WWE, oficializou o pendurar das suas botas e retirou-se do wrestling para retomar os estudos. Até então, não creio que haja nenhum projecto seu visível e se há passou ao lado das minhas pesquisas. Crê-se que se tenha retirado para uma vida mais privada e normal, como se pode comprovar pelo novo foco na sua educação e formação. Quem tem saudades desta Diva?
Eli Cottonwood
E porque não pegar num caso bem mais recente? Afinal também não se sabe nada acerca do mítico Eli Cottonwood, o homem da épica promo do bigode na 2ª temporada do NXT. Foi aí que o conhecemos, com John Morrison como seu pró. A inesquecível promo viria nesse processo e a sua passagem pelo NXT não teve qualquer sucesso. Seria eliminado em pouco tempo.
Retomaria o seu trabalho na FCW durante um bom bocado. Deu-se isto em 2010 e ele estaria os seguintes dois anos ainda a trabalhar para a WWE no território de desenvolvimento. Mas se pensam que ele ainda lá está a arrefecer à espera de ingressar neste NXT, esqueçam. Foi em Junho de 2012 que o "mustache man" abandonou a WWE. Desde então não tem havido grande informação acerca do lutador, é possível que esteja a aceitar bookings, afinal de contas ele deve ter estado a fazer alguma coisa neste ano que passou. Em indys notáveis, pelo menos, não há indícios de ter lá passado...
Quem é que tem pena que Eli Cottonwood não tenha tido mais uma oportunidade após o NXT, Season 2? Eu cá tenho muita pena porque agora é que via uma grande feud para ele com Cody Rhodes...
E é esta meia dúzia de casos que vos trouxe esta semana, para esta edição do "Por onde andam eles?". Agora, como sempre, a palavra é toda vossa para comentar acerca destes ex-Superstars, dos seus potenciais ou faltas deles. Lembram-se de todos estes? E mais algum que vos esteja a roer por dentro por não saberem o que anda a fazer? O espaço é vosso. Para a semana já não creio que tenha qualquer impasse e cá devo estar de novo.
Cumprimentos,
Chris JRM